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domingo, 3 de abril de 2011

Crônicas de uma Julieta do Séc XXI - Final

A segunda-feira de carnaval amanheceu ensolarada mas na casa de sr. José o clima era dos 
piores possíveis. Sua esposa chorando não sabia o que fazer para acalmá-lo. -Como assim ela viajou Ana? Me explica essa história direito onde está Julieta e Carlos? Estou indo agora na delegacia dar parte desse rapaz, ele raptou minha filha. A moça nervosa explica que não é nada disso, que na realidade o casal havia fugido para a capital carioca por conta da implicância dele com o namoro dos dois. O sr. José porém não aceitou a explicação de Ana e muito menos no que leu na carta de sua filha. Era difícil para ele aceitar que sua “menininha” tivesse agido de caso pensado e fugido de casa daquela forma sem pensar em com sua familia reagiria a esta loucura. Por seu lado Julieta na carta pedia perdão ao pai por ter tomado essa atitude drástica e que em breve entraria em contato e que não ficassem preocupados . 

No Rio Julieta e Carlos seguiram direto da rodoviária para o bairro do Flamengo onde morava Rafael e dona Maria, que nem desconfiava que o casal estava ali escondido da familia. Alguns dia se passam, Ana pressionada em dizer onde os dois estavam conseguiu entrar em contato pelo celular com Julieta e tranquilizá-los. O casal era só felicidade , vivendo dias de lua  de mel mesmo sabendo que agora estavam por conta própria.  Carlos voltou ao serviço no escritório e naquela mesma semana começou a ajudar a amada a procurar um emprego mesmo que temporário. Passados 10 dias após o término do carnaval iniciou-se uma grande contratação no comércio devido a Quaresma e consequentemente chegada da Páscoa. Julieta  não tinha experiência em trabalhar porém dotada de uma delicada beleza e inteligência não teve dificuldade em conseguir um serviço em uma loja especializada em chocolates como vendedora. Os dias iam passando e a moça conversou com seus pais no telefone, ainda muito revoltado sr. José exigia a volta da filha fazendo mil e uma alegações mas sem sucesso.

O tempo é sempre o melhor conselheiro  e mesmo com a vida estando muito apertada, já que ambos ganhavam pouco, o casal conseguiu arrumar uma quitinete e se mudar para viver por seus próprios meios. As familias de ambos mesmo não aceitando a forma como se procedeu a situação acabaram por entender que não adiantava tentar separá-los.A vida não era fácil, o que sobrava em amor faltava em condições financeiras. Julieta acostumada com uma vida de princesa foi a que mais sentiu a diferença já que nunca havia precisado trabalhar para seu sustento. Independente dos problemas financeiros e trabalhando longe  da moradia o casal não desanimava e estavam felizes por enfim poder iniciar sua vida juntos. Passados 3 meses já no Rio de Janeiro e após ter conseguido ultrapassar a barreira do período de experiência no serviço,  a moça enfim aceitou passar o endereço onde estava morando para que seus pais a visitassem e vissem que estava bem e feliz apesar das adversidades.

Sr. José e esposa chegaram num sábado a tarde no local  e se assustaram um pouco de ver como ambos viviam com um mínimo de móveis já que a quitinete consistia num quarto e sala conjugados, um corredor onde ficava a cozinha  e um pequeno banheiro. Após o emocionante encontro e uma conversa dura, porém necessária, a situação foi toda esclarecida e mesmo com um pouco de resistência Julieta e Carlos ficou acertado que o pai da moça os ajudaria financeiramente por um tempo. Essa ajuda possibilitaria que alugassem um apartamento um pouco maior e Julieta retomasse os estudos em um cursinho para prestar vestibular no final do ano para Letras como era seu desejo. Ambos sabiam que as dificuldades e obstáculos estavam apenas começando, que a vida de casal nem sempre seria um mar de rosas mesmo havendo muito amor.  Julieta e Carlos entenderam que deveriam viver um dia de cada vez e resolver os problemas conforme fossem aparecendo e mostrar a todos que duvidavam que um romance iniciado através da internet poderia sim dar certo . 

Esta é uma história que não tem fim na realidade a vida desse casal está apenas começando  por quanto tempo irá durar impossível dizer mas parafraseando Vinícius de Moraes : 
Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure... "   

Márcia Canêdo

By JORNALISMO ANTENADO with 12 comments

12 comentários:

Olá minha querida amiga Márcia!!!
Bela crônica, adorei minha querida amiga!!!
Com certeza minha amiga, vale muito a pena acreditar no amor, este sublime sentimento precisa crescer no coração de todos.
Beijos no coração e muita paz e amor em sua vida!!!

Oi Márcia,
Nos meus quase 59 anos conheci muitos Carlos e Julietas da vida.
Maioria deles vivem até hoje.

É preciso ter coragem para tomar a decisão do casal, mas há casos que é preciso romper laços e seguir em frente.
Seu blog ficou lindo.

Márcia, juro que eu imaginei que haveria alguma morte no Rio de Janeiro. Provocada por Carlos, devido a um ciúmes doentio de um sujeito que Julieta conheceu no trabalho. Daí, viria o Sr. José e mataria Carlos e a família de Julieta estaria despedaçada pra sempre!

Ok, viajei, não é verdade? ehehehe
Sério, adorei! Uma história bem comum hoje em dia. Porém, como você mesmo disse, "é só o começo".

Beijos e espero que venha outros textos como esse! :D

Uau, arroubos passionais da juventude! Fugir, fazer na marra, a sua vontade!

Mas esta valendo, tudo faz parte da construção, da natureza humana.

Só espero que a senhora autora não deixe os dois sofrendo muito, viu? Porque se é Romeu, se é Julieta, em plena tecnologia, há de se ter um destino bem mais ameno, não é?

Parabéns, querida!

Marcia minha amiga

Antes de amis quero lhe dar o sparabens pelo novo visual do seu site.
Gostei da sua cronica: uma coisa é certa. devemos sempre acreditar no amor,sem ele que nos resta no nosso coração?!!!...

beijos
joana

Aprendi que quando a Vida a dois se constrói sobre um impulso, tende a acabar tão rápido como começou! Que bom, se tudo terminar rápido! Lembremos: o que vemos nas estórias é apenas o ideal, mas o real é muito mais interessante e esclarecedor, embora não tão agradável!

Vida real ,minha querida! Como dizia Einstein, "Deus não joga dados". Nada é por acaso!

Bjs!

Gostei de ler este conto que tem tudo a ver com a história de muitos, na realidade. Em nome do amor todo sacrifício vale a pena.
Até...

O visual do blogue está bastante agradável, Márcia!
Quanto à crônica, como mãe, passei uma situação similar quando minha primogênita, aos 20 anos, decidiu sair de casa para morar com o namorado!!! Quase enfartei, rs...
Mas, aceitei, mesmo percebendo o quanto precipitada era aquela decisão.
Como disse bem Vinicius, foi bom enquanto durou. Alguns anos depois, bem mais madura, reencontrou o primeiro namorado da época de escola e casou-se como manda o figurino... Está bem e feliz...
Meu afetuoso abraço,
Yolanda

OI mminha querida... que bom que não deu a este Romeu e Julieta um final trágico... e sim a vida está apenas começando, mas começando com determinação e ultrapassando um obstáculo fundamental que é o medo de lutar!
Beijo no coração

Marcinha, que seja infinito enquanto dure! :)

Quando somos muito jovens, grande maioria da vezes, a razão não faz parte do nosso dicionário. Ou melhor, faz, mas o cérebro, ainda não sabe o seu verdadeiro significado. Mas é assim que crescemos e aprendemos a valorizar o que temos e os que amamos. E viva o amor! :)

Beijinhos grandes!

Obrigado pelos comentários no meu blog. Estou com saudades de você, sua danadinha...
Em relação ao final da crônica: esses dois jovens são, no mínimo inconsequentes. Será que o amor realmente irá superar todas as dificuldades que a vida impõe? Julieta estava acostumada com conforto. Será que ela se adaptará a um estilo mais simples? Mas é preciso deixar que esses jovens aprendam com o tempo, pois não só de paixão vive o ser humano. A razão deve ser sempre dosada, não deixando a emoção falar mais alto. As consequências podem ser árduas demais. Parabéns pelo desenrolar da história e da forma como você a conduziu.
Beijos,
Guilherme.
P.S: deixa eu fazer um merchandising no seu blog: entrem no meu blog também: http://guilhermeferreira83.zip.net

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