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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Crônicas de uma Julieta do Séc XXI - Terceira Parte

O ônibus de Carlos está atrasado deixando Julieta ainda mais apreensiva. Como é sexta-feira, véspera de Carnaval, as estradas estão muito cheias  de turistas indo passar a Festa de Mômo fora de suas cidades. A escolha deste feriado para realizar a fuga foi justamente porque a cidade onde a moça reside tem uma programação que atrai muitas pessoas com seus desfiles de blocos de rua que entoam as marchinhas antigas que marcaram épocas. Ao contrário de boa parte do país que aderiu a música baiana , o local dava um valor muito grande aos moldes de folia antigo e neste momento o movimento grande nas ruas da cidade ajudaria aos namorados a colocar o plano em ação.

Carlos ficaria hospedado em uma pousada no centro que era próxima também da única rodoviária local e a meio caminho da casa de Ana Carolina. A emoção do reencontro  unida à expectativa da fuga deu um sabor diferente ao beijo que se seguiu quando Carlos desceu do ônibus e encontrou sua amada. 


Juntos foram levar a mala na pousada e conversar sobre o andamento do plano. Julieta havia aproveitado o final de semana anterior para visitar a cidade vizinha com a  desculpa de ir ao cinema mas na verdade sua intenção era vender um anel que havia ganho de aniversário de 15 anos para conseguir algum dinheiro. Essa decisão mexeu com os sentimentos da moça já que era uma lembrança de seus pais , mas o amor pelo namorado falou mais alto e não deixou que ela fraquejasse nesse momento visto que preferia não ter que chegar a esse extremo  se a familia aceitasse melhor seu namoro.

O plano do casal era esperar a segunda-feira quando os blocos desfilavam a noite e aproveitar que a maioria da população estaria assistindo e assim pegar um dos ônibus para uma cidade vizinha e de lá ir rumo ao Rio de Janeiro. Como a familia de Carlos não concordaria com essa fuga, ficariam hospedados na casa de um amigo do rapaz que  morava com a mãe. Tudo corria bem se num fosse o senhor José ficar no pé no casal insistindo que não se afastassem dele e da esposa. Ana e Julieta já haviam  deixado a mala e mochila arrumadas com algumas mudas de roupa, sapatos, objetos de uso pessoal, pelo menos por um mês a moça estaria guarnecida dando tempo de procurar um emprego mesmo que temporário.


O próximo passo seria despistar os pais de Julieta o que seria conseguido com a ajuda de Ana, cúmplice do casal. A amiga liga para o celular de Julieta e os convida para irem supostamente num baile em um dos clubes da cidade, desta forma o casal conseguiria levar adiante seu plano. O senhor José resistiu um pouco mas sua esposa o acabou convencendo de permitir dando um voto de confiança ao casal já que era carnaval e desde a sexta-feira eles estavam se comportando muito bem. O que não imaginavam era que as passagens para a cidade vizinha e para o Rio de Janeiro de ambos já estavam compradas para de madrugada. 

A hora do embarque foi emocionante, as amigas chorando e desejando que não perdessem contato. Ana pediu a Julieta que ligasse avisando assim que desembarcasse onde ficariam no Rio para que entregasse a carta deixada para os pais da moça. Neste momento iniciava uma aventura rumo ao desconhecido, um casal sem condições financeiras, muito amor no coração e a vontade de ficarem juntos e formarem uma familia. Restava saber se esse amor resistiria aos tantos obstáculos que a vida colocaria em suas mãos.




Márcia Canêdo

By JORNALISMO ANTENADO with 8 comments

8 comentários:

Engraçado, e não menos verdadeiro, é como todo encontro/desencontro é emocionante e nos marca!
Eu mesmo fico emocionado quando encontro no fundo da carteira o dinheiro perdido para poder almoçar...
Quanto mais impactante são os contatos e despedidas de corações e peles!
Logo, também estarei me despedindo de mais um ordenado mensal...
Bjs!

Isso é a vida minha querida, por incrivel que pareça coisas desse tipo acontecem todos os dias. e tudo é belo no começo... quero ver acordar todos os dias junto, quero ver dividir as contas que tem pra pagar, o pouco que se tem pra comer e na hora em o dinheiro sai pela porta o amor salta pela janela. é triste mas é assim na nossa sociedade de hoje....
Ainda tenho esperança de que esse casal encontre subsidio para ter uma vida confortavel e sem dificuldades.

bjos
Kleber J G Martins

Querida Márcia
Excelente sua versão de Romeu e Julieta.
Fiquei pensando se o amor deles sobreviveria nos dias atuais.
Vamos torcer para um desfecho feliz e romântico!
Parabéns querida!
Beijos mil

Olá, estou vindo do dihitt( estou com a foto do Ronaldinho Gaucho lá ). Essa estória está ficando cada vez mais emocionante... Quando puder dê uma passadinha em meus blogs.

melhordoplaneta.blogspot.com
descontoseofertas.blogspot.com
nomundodospets.blogspot.com
omeumengao.blogspot.com

[]s

Poxa, quero mais história! Os trechos estão muito curtos!!! Vamos, não custa compartilhar um pouco mais... ;)

Ok, parei com as brincadeiras! Estou ansioso pela quarta parte.

Espero pela última parte. Interessante...

Olá Marcinha! :)
Como se diz na minha terra, mais vale tarde do que nunca! Eu tenho andado muito ausente mesmo, mas lá consegui ler a tua excelente história, toda de um fôlego. Ah, esses amores meio inconscientes, meio irreverentes, são mesmo os que nos marcam mais e têm um sabor especial para o resto da vida. Vinguem ou não. Adorei a tua história! Terão eles conseguido os seus objectivos? Nem sei se isso é importante, é apenas curiosidade. O belo é que o seu amor venceu uma etapa!
Grande beijinho!

Oi querida... é agora que começa a mais dura prova do amor...tomara que eles consigam superá-la!
Beijo no coração

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