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domingo, 18 de setembro de 2011

Cerveja Artesanal: Juiz de Fora já tem 2ª maior produção de MG


Município contabiliza nove cervejarias caseiras e uma microcervejaria

Jornalista Flávia Lopes


Na década de 40 do século XIX surgiram as primeiras indústrias de cerveja no Brasil, que dominaram o mercado e não pararam de crescer. No ano passado, foram produzidos 12,6 bilhões de litros no país. No atual cenário, contudo, o retorno à forma de produção artesanal, quase rústica, tem atraído novos consumidores, fazendo este mercado crescer em ritmo superior ao das indústrias. A previsão do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas/MG) para este e para os próximos anos é de ampliar em 15% o volume produzido, bem acima do esperado pelas cervejarias industriais no país, que trabalham com expectativa de 5% de crescimento anual.
Juiz de Fora não fica atrás. Há cinco anos, a produção mensal de cervejas artesanais na cidade não chegava a mil litros. Hoje, o mercado local contabiliza uma microcervejaria e oito cervejarias caseiras que, juntas, produzem 25 mil litros mensais. Tal volume, segundo o Sindbebidas/MG, coloca a cidade na segunda colocação entre os municípios mineiros com maior produção, atrás apenas de Belo Horizonte, cuja média gira em torno de 200 mil litros por mês.
Novos mercados
Principal produtor local, com um volume de 15 mil litros/mês, o empresário Célio Oliveira, proprietário da marca Antuérpia, começou a produção de chope artesanal em 2009 e inicialmente comercializava apenas em seus próprios estabelecimentos (Churrasqueira, Salsa Parilla, Vanille). Hoje, ele também está engarrafando no formato long neck e, desde o início do mês, tem vendido a bebida para outros espaços, como restaurantes e supermercados locais. O próximo passo, segundo ele, é ampliar seus compradores. "Estamos em negociação com o grupo Pão de Açúcar, que tem uma unidade direcionada para este setor, e também como o supermercado Verdemar, em Belo Horizonte."





Célio Oliveira, proprietário da marca Antuérpia


Dono da marca Profana, o produtor Cristiam Rocha, do Boi na Curva, também tem percebido uma mudança no perfil dos consumidores, que fez com que sua produção saltasse de 240 litros para 1.500 mensais. "Podemos dizer que o mercado hoje está em 'franca explosão'. As pessoas querem novidades e estão buscando cervejas que possam saborear e harmonizar com pratos."
No mercado desde 2007, o cervejeiro ficou em primeiro lugar no prêmio nacional de 2009 promovido pela Associação dos Cervejeiros Artesanais do Brasil (Acerva), após ficar em segundo lugar no ano anterior. De olho na expansão do setor, irá abrir um curso para ensinar técnicas de fabricação caseira no próximo mês. Segundo ele, já há cinco turmas fechadas, totalizando 60 aspirantes a cervejeiros na cidade.
Tradição
Apesar de aparentemente recente, a produção de cervejas artesanais na cidade não é nova. No final do século XIX, um grupo de alemães se instalou em Juiz de Fora para trabalhar nas obras de construção da estrada União Indústria, que se estenderam até 1861. Nesse período, a cidade era o principal polo de Minas Gerais, havendo o registro de oito cervejarias. Uma delas foi fundada por Sebastião Kunz, que transmitiu o gosto por várias gerações até chegar ao tataraneto, Pedro Peters, da cervejaria Barbante.
Daquela época, segundo o cervejeiro, apenas o nome Barbante foi mantido (em alusão à técnica utilizada para prender as rolhas e evitar estouros durante o processo de fermentação). "Como não havia um processo de importação, as cervejas eram produzidas com arroz, milho. Hoje seguimos a lei de pureza da Baviera, que permite o uso apenas de água, malte, lúpulo e leveduras, sem o acréscimo que qualquer aromatizante ou conservante." Antes de começar a comercializar, Peters conta que ficou durante um ano e meio aperfeiçoando a técnica. Hoje, diz que dedica cerca de oito horas diárias para cada processo, que não leva menos de 30 dias para ser finalizado, segundo o cervejeiro.

By JORNALISMO ANTENADO with 4 comments

4 comentários:

É, a cerveja é uma das bebidas mais antigas no mundo e até agora não perdeu o status. Eu só a bebo no verão porque só a aprecio se estiver bem gelada e no inverno é melhor tomar um vinhozinho, não acha?
beijos

Querida Márcia, linda reportagem. Gostei e aprendi mais um pouco hoje sobre cerveja artesanal, que, na verdade desconhecia a respeito. Com certeza , deve ser bem "mais saudável" do que as tradicionais de mercado . É uma volta ao passado, mas com muito mais propriedade! Parabéns à sua querida Juiz de Fora, cidade que "ama de paixão", com toda certeza! Abraços querida amiga e sucesso sempre a você!Bjos

Preciso conhecer as cidades mineiras. Confesso que não fazia a mínima ideia de que havia produção de cerveja artesanal no Brasil, muito menos em Minas, e se não fosse a esta matéria, acreditaria que produção artesanal seria aquela em que o sujeito faz pra consumo próprio e em pequenas quantidades, como meu avô fazia com Vinho.

Beijos e obrigado pela informação, Márcia.

Gostaria de divulgar que nossa cidade já conta com o CIRCUITO DAS CERVEJARIAS ARTESANAIS DE JUIZ DE FORA, roteiro exclusivo operado pela Verdeperto Ecoturismo, www.verdeperto.com

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