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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

No Brasil, 80% das crianças têm algum sintoma de stress infantil

Tontura, vômito, dor de barriga, cefaleia e uma série de outros sintomas físicos comuns na infância podem ocultar problemas de relacionamento, insegurança, depressão e stress




Pesquisa realizada pela Isma-BR, a representação brasileira da International Stress Management Association, associação presente em 12 países que trabalha a prevenção e o tratamento do stress, revelou que oito em cada dez crianças têm manifestações psicossomáticas e apresentam problemas de saúde para os quais não há causa clínica determinável.


“Nosso organismo não diferencia se a criança está tendo dor de barriga porque está ansiosa ou porque comeu maionese estragada. A fonte é bem diferente, mas a sensação de dor e desconforto é semelhante”, diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR, doutora em Psicologia, que só trabalha com sintomas relacionados a stress.

Ana Maria supervisionou o levantamento, realizado com 220 crianças, de 7 a 12 anos, em Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Entre os sintomas físicos resultantes do excesso de tensão, foram citados dores musculares (dor de cabeça e de barriga), distúrbios do sono (pesadelo, sono agitado e insônia), diarreia, constipação, os enjoos e as náuseas.


Comportamento – As consequências emocionais se traduzem em nervosismo, medos, irritação e a impaciência. As mudanças comportamentais incluem a agressividade, a passividade, a dificuldade de relacionamento, as alterações no apetite – incluindo o aumento no consumo de doces – e o choro sem motivo.

Os resultados apontam a rotina atribulada como uma das principais causadoras da tensão entre os pequenos. “As pressões colaboram para que as crianças, cuja única responsabilidade deveria ser a de estudar e brincar, tenham uma série de obrigações que as levam a exercer uma rotina digna de pequenos executivos”, afirma Ana Maria Rossi.

“Apareceu muito na pesquisa que a criança às vezes mente, diz que tem dor de barriga ou dor de cabeça, apenas para não fazer alguma atividade. O fato é que não importa se ela está inventando ou não. O importante é descobrir porque a criança está fazendo isso”, aconselha. Se os pais desconfiam que as queixas podem não ser reais, devem conversar com as crianças. “Ela só vai fazer isso se não estiver bem. É preciso descobrir o que está havendo.”

Principais dados da pesquisa:

98% têm orgulho de ser brasileiras;
• O maior medo, para 98% delas, é de que seus pais morram;
• A maior preocupação, para 96% delas, é conseguir um bom emprego, mas 95% também disseram se preocupar em agradar aos pais e 66% se preocupam em não engordar;

• Além de assistir à TV e ouvir música, 32% das crianças elegeu chorar como válvula de escape para o estresse.
* pesquisa realizada com crianças de 8 a 15 anos, das classes A, B e C, em 14 países – Argentina, Brasil, China, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, África do Sul, Suécia, Inglaterra e Estados Unidos.


Fonte: Veja / Agência Estado

Esse é mais um tema polêmico e preocupante na minha opinião . O stress é algo que não faz bem para  a vida de ninguém, podendo levar a inúmeros problemas de saúde tais como depressão, gastrite, somatizações em forma de dermatites , dentre outros. Agora pensar que esse mal está já presente na vida de nossas crianças, é caso de se  parar e analizar o que anda levando a isso ocorrer. Os adultos de hoje cresceram vendo tv, jogando bola ou brincando de pique nas ruas ... tinha-se tempo para ser criança de fato. Já a algum tempo, as crianças se dividem entre jogos no computador ou o tão cotado play station e aulas de futebol, natação, inglês, balé ... enfim ... a criança já de pequena é obrigada pelos pais a assumir responsabilidades que não são adequadas a sua idade. Um dos resultados disso é o stress infantil, onde a criança para se livrar de algo, passa a reclamar de dores, náuseas, sem motivos aparentes. Mais uma vez os números são desfavoráveis para o Brasil, segundo essa pequisa já temos hoje cerca de 80% crianças com sintomas stress. E esses números embora não possamos afirmar serem exatos, podem ser visualizados não apenas nos lares , mas também nas escolas, onde cada vez a presença de uma psico-pedagoga se faz necessária, sejam pelos problemas dos alunos em decorrência de falta de estrutura familiar ou por outros motivos. Faz-se necessária uma análise mais profunda, para que essas crianças não cresçam sob esse tipo de pressão, que no futuro só trará males para suas vidas.

Márcia Canêdo

By JORNALISMO ANTENADO with 9 comments

9 comentários:

Olá querida, eu vim aqui porque amei seu comentário. Então somos muito parecidas. Aprontamos quando crianças... corremos, suamos e sorrimos.

Quanto a este post, eu concordo que muitas crianças estejam sim estressadas e por muitos motivos. Sendo seus pais os únicos culpados.

Bjs

Márcia,

A que as crianças de hj estão expostas que as crianças de antigamente não estavam??

Filmes violentos, ausência de brincadeiras leves e alegres, excesso de exposição a programas de TV de conteúdo adulto, que já contém cenas de estresse e sexo, alimentação desregrada causando aceleração hormonal precoce, drogas e vícios, falta de puso dos pais passando assim insegurança aos filhos, traumas com violência urbana...etc...

Mas não acho que os pais sejam os únicos culpados não!! Por mais equilibrados que sejam os pais, o conhecimento e acesso sem filtros das informações e mazelas da sociedade, bem dentro de casa, causam um enorme dano também.

Bjs querida!!

OI, Marcia, que bom que você me indicou esse post. Tenho uma netinha de quatro anos que mora na minha na casa e pude notar algumas semelhanças de comportamentos dela com as afirmações do texto. A dor de barriga, por exemplo. Atualmente está com problema de bruxismo. Será mais um sintoma, de estresse ou não?
De fato, as crianças precisam de mais liberdade para viver como criança, brincar muito para extravasar as suas energias, com nós, fomos criados.
Abraços
João

Olá, Márcia!

Todos nós, não somente as crianças, estamos em vias de ficar com stres, irritação e todo tipos de problemas relacionados com o comportamento, pensamento, etc. Na crianças as consequências disso são mais aparentes e latentes. Por isso, os resposáveis por crianças devem ter o máximo cuidado para não tenha consquências mais graves.

Abraços

Francisco Castro

Márcia,

Na minha opinião os motivos do stress infantil podem ser inúmeros. Nem sempre são dependentes deste ou daquele factor específico mas de toda uma conjuntura física e psicológica.

Tenho um filho com 16 anos que está no 11º ano e desde o inicio deste ano lectivo está a ter um comportamento atípico. Apesar de sempre ter sentido uma certa relutância em estudar (ele é muito preguiçoso) sempre foi bom aluno e do ponto de vista das notas nunca deu qualquer problema. É um adolescente educado e sem vícios, mas sempre tive "queixas" dos professores de que ele de vez em quando perturbava a aula, com gracinhas e tolices infantis, principalmente se o assunto em questão não lhe interessava. Enfim é um adolescente perfeitamente normal, os professores e os colegas gostam dele, é inteligente e, como diz a sua professora de Filosofia "um ser humano excepcional", apesar de toda a sua "infantilidade".

Este ano tudo piorou. Tal como referes no artigo, o João começou a ficar mais triste, a comer doces indiscriminadamente e a ter frequentes dores de estômago e cólicas, ao ponto de ter que abandonar a escola e vir para casa. Falamos e ele confessou que estava com dificuldade em concentrar-se a estudar, não conseguia ouvir cinco minutos seguidos os professores na aulas, estando o seu pensamento noutro lugar o tempo todo. Este comportamento deu os seus frutos: péssimas notas nos primeiros testes que se efectuaram há mais ou menos 15 dias. Propus-lhe consultar o médico de família para pedir ajuda e orientação, ao que ele respondeu que não, pois está convencido que consegue superar esta fase sozinho. Apenas pediu a minha participação para o ajudar a criar uma rotina. Eu assim estou a fazer.

Paralelamente falei com o nosso médico de família. Ele mostrou-se interessado mas pouco preocupado, disse para eu estar atenta e o ajudar como o combinado. Sobretudo para eu não exigir muito dele nesta fase. Marcar uma consulta apenas se o João continuasse a ter muitos vómitos e cólicas. Disse para eu o "fazer" sair (ele é um bocado caseiro) e falar com ele sem pressas e muitas exigências. Realmente, o meu filho pode estar a sentir um peso demasiado nas exigências que eu e o pai dele lhe fazemos. A nós não nos parece muito, mas ele está frágil e tudo toma proporções diferentes na sua cabeça.

Penso que o stress infantil e juvenil é uma realidade ainda pouco divulgada e pode criar alguns problemas físicos às crianças. Há que estar atento!

Excelente artigo, amiga!

Beijos
Luísa

Acho que tudo vai pela criação dos pais. Hoje em dia tem muito pai fazendo tudo que a criança quer, dando tudo que quer, etc
Aí o que acontece é que qdo eles não tem se jogam, fazem manha, e tal.
Claro, existem excessões.
Tenho uma tia que qdo o filho dela era pequeno o menino fingia estar tendo um ataque pra conseguir o que queria, e ela acreditava, achava que ele tava mesmo passando mal e fazia as vontades. Hoje se tornou um homem totalmente sem noção, sem trabalho, vive as custas do pai e ainda se droga. Culpq de quem? Dos próprios pais.
Por isso cada caso deve ser estudado, não costumo me basear em pesquisas pois são como os remédios e métodos, mudam a cada dia e ano.rsrs
bjs

Oi Márcia!

Isso é uma realidade da vida moderna. E acredito que seja um problema multifatorial. Como muitos comentaram a infância de hoje é muito diferente da nossa. As crianças tem mais responsabilidades, menos liberdade... Estão cercadas de estímulos tecnológicos, os pais estão menos presentes devido a vida corrida que levam.
Como pais devemos ficar atentos e percebendo sintomas, buscar ajuda e dar todo apoio necessário.

Beijos

Olá Márcia! Obrigada por indicar essa postagem, pois está excelente e esclarecedora.Dentro das escolas temos observado muitas crianças apresentando os sintomas citados em seu artigo e isso têm nos preocupado muito!
Abraços

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