Na tarde do dia 17 de junho de 2009, ministros do Supremo Tribunal de Justiça decretaram o fim da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. Antes de qualquer coisa essa decisão representa e reflete um completo desrespeito com os profissionais da comunicação, mesmo que reconheçamos o valor de inúmeros autodidatas que fazem parte da história do jornalismo brasileiro.
Há 40 anos é cobrado o diploma para o profissional exercer a profissão de jornalista nos veículos de comunicação em nosso país. Segundo os ministros , a exigência atentava contra a liberdade de expressão. O único que não aceitou essa tese foi o ministro Marco Aurélio de Mello , a quem nós devemos render homenagens por ter entendido o quão ela é absurda e inconsistente .
Um cidadão ao escolher essa profissão para exercer recorre aos bancos de uma faculdade ou universidade, com a intenção de obter o máximo de informações e ali não são feitas apenas suas bases de conhecimento teórico, mas também sua formação ética que será usada ao levar a informação ao conhecimento da população. Enfim agora , em tese, qualquer pessoa poderá exercer a profissão no Brasil, na prática isso significa que os requesitos obrigatórios serão aqueles que os veículos de comunicação quiserem exigir. Caberá a eles portanto manter a coerência e exigirem profissionais diplomados , não dando voz a idéia absurda dos ministros de que "a exigência do diploma atentava contra a liberdade de imprensa". Onde fica então o respeito ao profissional? Ou será que apenas médicos e advogados merecem esse tratamento?
O que nós jornalistas não podemos deixar acontecer é que este ato nos desmereça e desvalorize perante a população, pois merecemos ser respeitados como qualquer outro profissional .
Márcia Canêdo
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