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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Ser Humano e o Livre Arbítrio


O Ser Humano e o Livre Arbítrio

“Onde está o Espírito do Senhor, aí há Liberdade.” Paulo-II Co,3:17

Chegamos a mais um final de ano e com ele começam as resoluções que todos se pré dispõe para o próximo ano. Alguns resolvem iniciar um curso de línguas, fazer uma pós-graduação, arrumar um emprego melhor, sair do aluguel, emagrecer, arranjar um namorado, engravidar, casar, enfim, para cada um essa lista de desejos tem como finalidade uma melhora em sua vida atual. A realização desses desejos passa pelo principal dom dado por Deus a seus filhos: a liberdade de escolha ou o que chamamos de livre arbítrio.
Utilizar este dom é que é o Xis da questão. Newton dizia que “a toda ação existe uma reação” e para cada escolha que fazemos diariamente em nossas vidas uma consequência será inevitavelmente equivalente. O homem não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não “estavam escritos”; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do destino. Ele pode sim, como prova e expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser. E a mesma coisa acontece em todos os campos de nossa vida.
Um dos pontos mais marcantes da mensagem cristã que o Espiritismo revive é a aplicação da Lei de Liberdade. O conhecimento desta lei nos dá uma maior compreensão da grandiosidade de Deus e de sua Justiça. Uma realidade que o estudo sobre o Livre Arbítrio nos mostra é que ele nunca vem sozinho. Apesar de nos permitir agir como melhor quisermos sempre se fará acompanhar a responsabilidade, que é a resposta das Leis divinas e naturais à nossa ação, de tal modo que ela atenda aos nossos interesses de progresso e melhoria espirituais, construindo assim a paz junto à nossa consciência. Também devemos lembrar que a liberdade cresce no homem à medida que cresce o seu conhecimento dessas leis, como cresce também, na mesma proporção, a sua responsabilidade.
Conforme o ensino da Doutrina no Livro dos Espíritos questão 120: “Todos os espíritos foram criados simples e ignorantes, dotados de Livre Arbítrio, para vivenciarem o bem ou o mal”. A liberdade de escolha é a expressão da vontade do Espírito no discernimento de seus pensamentos e ações, ou seja, nenhum ser é levado à prática do mal por fatalidade, ou por determinismo da lei natural. Os Espíritos Reveladores nos ensinam que o que chamamos de fatalidade, corresponde à escolha pelo espírito de determinadas provas que deve sofrer no plano físico como forma de resgate ou aperfeiçoamento. Assim, o livre-arbítrio existe, no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e, no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos.
Cabe à educação recebida por cada um de nós, o combate às más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem a natureza moral, poderemos a modificá-la, como se modificam, por exemplo, a inteligência pela instrução e as condições físicas pela higiene. As faltas cometidas têm, portanto, sua origem  nas imperfeições do nosso próprio Espírito, que ainda não atingiu a superioridade moral a que se destina, mas nem por isso lhe é dado menor poder de escolha. Segundo a doutrina espírita, não existem arrastamentos irresistíveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu  íntimo, como os pode fechar à voz material de alguém que lhe fale; ele o pode pela sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a assistência dos bons Espíritos.
Portanto, apesar do que viemos estudando nas últimas semanas acerca das influências exercidas pelos espíritos desencarnados em nossas vidas, devemos lembrar também que a doutrina espírita admite para o homem o uso do livre-arbítrio em toda a sua plenitude.  Se, ao lhe dizer que, se pratica o mal, cede a uma sugestão má que lhe vem de fora, deixa-lhe toda a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse de lutar contra a sua própria natureza. Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.” Paulo (I Cor., 6:12). É isso que Jesus ensina na sublime Oração do Pai Nosso, quando nos manda dizer: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Ao semear o que o nosso arbítrio escolheu, precisamos estar conscientes de que determinamos, simultaneamente, qual será a colheita. Logo, o determinismo compulsório de hoje é consequência da livre escolha de ontem, da mesma forma que as nossas opções atuais estarão desenhando, o nosso destino amanhã. Por conseguinte então, tudo nos é permitido, mas, antes da ação equivocada, façamos um segundo de pausa para pensar nos prós e contras, pesando bem, na balança do discernimento, a carga que pesará em nossos ombros em toneladas de angústia e remorsos por séculos infindáveis e tenebrosos.
Por falta de entendimento do livre arbítrio e de suas consequências, a maior parte das grandes religiões do passado e do presente, incidem em erros graves referentes à responsabilidade individual de cada criatura humana Somente com o Espiritismo, foi possível o entendimento racional da Justiça Divina, que leva em consideração o pensamento de cada ser, sua liberdade de agir, as circunstancias em que se encontram os embaraços que se opõem à liberdade e a responsabilidade final do Espírito. Se o indivíduo procura cercear conscientemente suas faculdades de discernimento, através de uso de drogas ou álcool, sua responsabilidade duplica, já que procurou anestesiar de propósito o uso de sua razão. Enfim quanto maior for sua capacidade de discernimento entre o que é correto ou não fazer, quanto mais desenvolvida a inteligência, maior será também a responsabilidade individual pelos seus atos. Da mesma forma uma criança que em sua inocência não é responsável pelo mal que pratica já que não tem a devida noção de sua ação.
Construímos, pois nosso futuro é todos os dias. Através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos. Tendo essa certeza em nossas vidas devemos portando sempre lembrar o ensinamento “Orai e Vigiai”. Orar pedindo ao mestre Jesus a força necessária para a prática do Bem e dos bons pensamentos, segurança nas decisões tomadas e Vigiar nossas ações e reações a tudo que acontece ao nosso redor.  A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso. O espírito adquirirá os novos conhecimentos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto no polissistema espiritual como no material.

Ao somar conhecimentos novos, o ser modifica a visão que tem de si mesmo, dos outros, do mundo e de Deus, ou seja, amplia a sua consciência, evolui. O conhecimento e o comportamento resultantes das situações enfrentadas delimitam um caminho próprio para cada ser inteligente. De acordo com as suas escolhas, ele tem experiências diferentes e, em consequência, conhecimentos diferentes, que desenham uma sequência própria que lhe confere individualidade. Na construção do perfil que caracteriza como único cada espírito (inteligência, afeto, sentimento, valor, consciência) a liberdade de escolha, o exercício do livre-arbítrio, é o que permite ao ser inteligente alcançar os objetivos da vida.
Entretanto, como as experiências vividas são limitadas, o que o espírito sabe também é limitado. As dificuldades apresentadas na superação de algumas situações indicam as limitações do espírito. A solução, o conhecimento capaz de resolver a dificuldade, no entanto, não se encontra pronta; deve ser construída, adaptada às características únicas da situação e das pessoas envolvidas. A construção da resposta se faz da própria experiência do espírito ou da experiência acumulada pelo outro, encarnado ou desencarnado, que será adaptada ao edifício de conhecimentos do espírito, de acordo com a sua capacidade de raciocínio, seus sentimentos, seus valores e seu entendimento. É a liberdade de escolha que determina quais segmentos de conhecimento, tanto em qualidade como em quantidade, serão assimilados e como serão acomodados e equilibrados em relação aos conhecimentos que já constituem o ser, de forma coerente, para sustentar comportamentos.
Quanto mais adiantados estamos no entendimento da Doutrina Espírita, tanto em conhecimento como em moralidade maior a responsabilidade no uso de nossa liberdade de escolha, nosso Livre Arbítrio. Portanto os homens mais esclarecidos nas sociedades modernas, também são mais responsáveis que os ignorantes na prática de suas ações. Segundo Juvanir Borges “As dificuldades para a aceitação e o cumprimento desses deveres variam de conformidade com a consciência, a vontade de cada Espírito e a capacidade que cada um apresenta dentro das diversas categorias em que podem ser classificados: maus, ignorantes, convertidos ao Bem, arrependidos, redimidos, bons, superiores.”
O escritor ainda ressalta que somente com a “conquista da liberdade, dentro dos limites da responsabilidade dela resultante foi possível o reconhecimento dos direitos das minorias e a expansão de ideias novas contrárias a outras aceitas pela maioria, a retificação de erros seculares e  reorganização de leis humanas injustas.” A doutrina nos traz esclarecimentos decisivos sobre o verdadeiro sentido desse dom que Deus nos presenteou, patrimônio da humanidade deixado pelo consolador. Pensemos, pois melhor antes de tomar decisões de cabeça cheia ou de depositar expectativas demais nas coisas. O ser humano sempre achará mais fácil entrar pela porta maior que buscar a estreita onde está os verdadeiros ensinamentos de Jesus então se queres um desejo para 2013, peça força e ajuda para tomar decisões mais acertadas utilizando assim de forma coerente e responsável seu Livre Arbítrio.      

Fonte:Texto extraído de trechos do livro dos Espíritos, livro As Leis Morais, artigos do Jornal O Espírita Mineiro e artigo de Juvanir Borges de Souza na Revista Reformador e observações minhas a respeito do assunto.   
  Márcia Canêdo

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