Slideshow

domingo, 22 de janeiro de 2012

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo. 
Só perde para a África do Sul
México, Rússia, Argentina, China e Turquia também têm resultados ruins; na outra ponta estão França, Alemanha, Canadá e Itália




O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo. De acordo com a pesquisa “Deixados para trás pelo G20?”, realizada pela Oxfam - entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.

Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.

A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados. Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.

Avanços - Mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos. O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).

A pesquisa prevê que, se o Brasil crescer de acordo com as previsões do FMI (3,6% em 2012 e acima de 4% nos anos subsequentes) e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá em quase dois terços até 2020, com cinco milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.

No entanto, a Oxfam diz que, se houver um aumento da desigualdade nos próximos anos, nem mesmo um forte crescimento do PIB poderá retirar um número significativo de brasileiros da pobreza. "Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área", disse à BBC Brasil o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst.

"As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática", acrescentou. Para ele, é importante que o governo dê continuidade às políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição. "Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)", afirma.

Ticehurst diz que, para reduzir a desigualdade, o Brasil também precisa atacar as questões da sustentabilidade e da resistência a choques externos. "As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática. O modelo de desenvolvimento do Brasil precisa levar isso mais em conta".

Para o representante da Oxfam, a reforma agrária e o estímulo à agricultura familiar também é importante para reduzir a desigualdade. "Da parcela mais pobre da população brasileira, cerca de 47% vivem no campo. Além disso, 75% dos alimentos que os brasileiros consomem são produzidos por pequenos produtores, que moram na pobreza", disse TiceHurst. "É preciso fechar esse circuito para que os produtores que alimentam o país tenham condições menos vulneráveis e precárias".

Segundo o estudo, a maioria dos países do G20 apresenta uma tendência "preocupante" no sentido do aumento na desigualdade. A entidade afirma que algumas dessas nações foram "constrangidas" pelas reduções significativas da desigualdade registradas nos países de baixa renda nos últimos 15 anos. "A experiência do Brasil, da Coréia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20", diz o texto.

"Não existe escassez de potenciais alavancas para políticas (de redução da desigualdade). Em vez disso, talvez exista uma escassez de vontade política", diz o estudo.

Fonte: Agência Brasil
Estudo com resultado preocupante para grande parcela da população brasileira. É fato que atualmente vivemos melhor que  muitos de nossos antepassados principalmente, se levarmos em consideração o grau que chegamos em nossa democracia  e aumento na expectativa de vida da população.  Porém, se hoje o brasileiro já se alimenta um pouco melhor e consequentemente vive mais, o nível de desigualdade entre a população só aumenta. Segundo a pesquisa "As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática".  A maior parte da população vive com salário mínimo que, mesmo com o aumento, acaba impactando na cesta básica que o consumidor compra nos mercados. As políticas assistencialistas acabam sendo uma via de mão dupla ao mesmo tempo em que “ajudam” aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza, acabam criando uma parcela de população (não generalizando claro) que faz deles um escoro ao invés de ajuda. Se não houver mudanças grandes e certeiras neste imenso desnível social em nosso país que futuro podemos esperar ???
Márcia Canêdo 

By JORNALISMO ANTENADO with 1 comment

1 comentários:

O assistencialismo é benéfico para a classe política, pois enquanto este grupo estiver recebendo os bolsa-esmolas, o voto é garantido.
Se você tira o cidadão da linha da pobreza, este perde o vínculo eleitoreiro.
É interessante observar que o Brasil tenha de um lado este resultado, perante o G20 e estar comemorando ser a sexta economia global.
Além do item financeiro, também estamos muito mal de saúde, educação, segurança e cultura.
Quem sabe um dia, em um futuro distante, os brasileiros tenham o conforto da igualdade social e da não exclusão.
Um grande abraço
Giba

Postar um comentário

Se você gostou dessa matéria comente e indique para seus amigos.Obrigada e você é sempre bem vindo!

    • Popular
    • Categorias
    • Arquivos