A doença de Alzheimer ou mal de Alzheimer como é chamada, é uma doença degenerativa do cérebro e pode ser caracterizada principalmente pela perda gradual da memória. Porém, essa é apenas a primeira manifestação dessa doença que foi descrita em 1909 pelo alemão Alois Alzheimer. O cérebro de um paciente ,quando visto em necropsia,apresenta uma atrofia generalizada, com perda neuronal em certas áreas do hipocampo, mas também em regiões parieto-occipitais e frontais. A perda de memória causa um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária .Não se trata de uma simples falha na memória, mas de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização.Os sintomas ,no início, são os pequenos esquecimentos, normalmente aceito pelos familiares como parte normal do envelhecimento, mas que vão agravando-se gradualmente À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes dos familiares e cuidadores, quando precisam de ajuda para se locomover, têm dificuldades para se comunicarem, e passam a necessitar de supervisão integral para suas atividades comuns na vida diária.
O diagnostico da doença de Alzheimer infelizmente não é tão fácil de ser realizado. Ele é feito excluindo-se outras patologias que podem evoluir a quadros de demência, tais como doença da tireóide, acidentes vasculares ou cerebrais, depressão, tumores cerebrais, entre outros. Com isso muitos idosos adquirem a doença e só tomam conhecimento disso já em fase avançada, quando seu tratamento é ineficaz.
Segundo estudos realizados podemos dividir a doença em três fases com algumas características marcantes:
FASE INICIAL
-DISTRAÇÃO
-DIFICULDADE DE LEMBRAR NOMES E PALAVRAS
-ESQUECIMENTO CRESCENTE
-DESORIENTAÇÃO EM AMBIENTES FAMILIARES
FASE INTERMEDIÁRIA
-PERDA MARCANTE DA MEMÓRIA E DA ATIVIDADE COGNITIVA
-DIMINUIÇÃO DO CONTEÚDO E DA VARIAÇÃO DA FALA
-APRESENTA ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO:
FRUSTRAÇÃO, IMPACIÊNCIA, INQUIETAÇÃO, AGRESSÃO VERBAL E FÍSICA
-ALUCINAÇÕES E DELÍRIOS
-INCAPACIDADE PARA CONVÍVIO SOCIAL AUTÔNOMO
-PERDE-SE COM FACILIDADE, TENDÊNCIA A FUGIR
FASE AVANÇADA
-A FALA TORNA-SE MONOSSILÁBICA, ATÉ DESAPARECER
-CONTINUA DELIRANDO
-TRANSTORNOS EMOCIONAIS E DE COMPORTAMENTO
-PERDA DO CONTROLE DA BEXIGA E DO INTESTINO
-ENRIJECIMENTO DAS ARTICULAÇÕES
-DIFICULDADE PARA ENGOLIR ALIMENTOS, EVOLUINDO PARA O USO DA SONDA DO ESTÔMAGO
-MORTE
O tratamento é dividido em duas frentes. Primeiro são tratados os distúrbios de comportamento para controlar a confusão, a agressividade e a depressão, muito comuns nos idosos com demência. Algumas vezes, só com remédios do tipo calmante podem ser difíceis de controlar. Assim, existem outros recursos não medicamentosos, para haver um melhor controle da situação.Um dos melhores meios de se tentar entender a doença são as dicas descritas no Manual do Cuidador -CONVIVENDO COM ALZHEIMER (de autoria do Dr.Márcio Fernando Borges - médico geriatra e coordenador da Sub-regional da ABRAz Juiz de Fora – MG), onde ele mostra como agir perante aos mais diferentes tipos de comportamento que o idoso ter, no período da agitação. O manual pode ser encontrado através do site http://www.alzheimer.med.br/manual.htm e contém desde conselhos sobre como escolher uma casa de repouso a como contratar um médico para o tratamento do doente. Já o tratamento específico é dirigido para tentar melhorar o déficit de memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro. São usadas drogas que podem funcionar melhor no início da doença, até a fase intermediária. Porém, seu efeito pode ser temporário, pois a doença de Alzheimer continua, infelizmente, progredindo. Estas drogas possuem efeitos colaterais (principalmente gástrico) que podem inviabilizar o seu uso. Somente uma parcela dos idosos melhoram efetivamente com o uso desses remédios chamados anticolinesterásicos, ou seja, não são capazes de resolver todos os casos de idosos demenciados. Uma droga recentemente lançada é a memantina (nome farmacológico: Ebix ou Alois), que atua diferente dos anticolinesterásicos.
A memantina é um antagonista não competitivo dos receptores NMDA do glutamato.
É mais usado na fase intermediária para avançada, melhorando, em alguns casos, a dependência do portador para tarefas do dia-a-dia.
O que todos devem ter em mente é que o quanto antes a doença for diagnosticada existe o aumento das chances de uma qualidade de vida melhor para o paciente.No fundo, o apoio da família é que se torna fundamental para que o idoso sofra menos com a doença .