Julgamento do casal Nardoni só deve ser em 2010

Julgamento do casal Nardoni só deve ser em 2010, diz promotor  Francisco Cembranelli.

Defesa dos acusados de matar Isabella diz que recursos não visam demora

O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar a menina Isabella em 2008, só deve ocorrer em fevereiro de 2010, informou o Ministério Público de São Paulo. Antes, a previsão da Justiça é que o casal fosse a júri popular ainda neste ano, algo próximo de novembro. O promotor do caso Isabella, Francisco Cembranelli, atribuiu essa demora a uma série de recursos impetrados pelos advogados do casal. Para ele, a defesa está atrapalhando a celeridade do julgamento.

Foi Cembranelli que denunciou o pai e a madrasta da menina pelo assassinato dela. Em 29 de março de 2008, Isabella, então com 5 anos, foi jogada da janela do apartamento do casal, no sexto andar de um prédio no bairro do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo. Os acusados, que estão presos, negam o crime. Alegam que uma outra pessoa entrou na residência e matou a criança.

“O julgamento tinha tudo para ser nesse semestre, mas a defesa recorreu do acordão que mantém o julgamento popular. Para se ter uma ideia, tem recurso que demorou dois meses para ser julgado”, disse o representante da Promotoria, que falou ao G1 por telefone. “Acreditei sempre que fosse possível fazer julgamento até novembro de 2009. Mas se nada acontecer de novo, acho que fevereiro 2010 seja a data escolhida. Isso é extra-oficial. É apenas uma previsão.”

Versão da polícia

A acusação se baseia em provas periciais produzidas pela Polícia Civil. Para o Ministério Público, Anna Jatobá esganou a enteada e Alexandre jogou o corpo da filha pela janela. Antes, o casal teria cortado uma tela de proteção.

Um ano após morte de Isabella, mãe diz que vive 'um dia de cada vez'

Um ano depois da morte trágica da filha Isabella Nardoni, de 5 anos, a bancária Ana Carolina Oliveira, de 24 anos, diz que tenta viver “um dia de cada vez”. Apesar do tempo que passou desde 29 de março de 2008, quando a menina foi jogada do 6º andar do Edifício London, ela chora muito ao relembrar da filha. Sorrisos, só quando recorda de algum episódio feliz que viveu com a menina.

Ana Carolina conta que Isabella era sua “melhor amiga”. “Eu queria que nós fôssemos muito amigas e eu sempre preservei isso desde que ela nasceu. A gente tinha uma relação maravilhosa”, diz. A bancária afirma que pretende ter outros filhos no futuro. “Isso não é um projeto de agora, eu vou continuar minha vida, aí com certeza eu quero ter outros filhos. A certeza de ter outro filho é absoluta.”

Fonte: www.globo.com

Refletimos a alguns dias sobre as raízes da corrupção no Brasil e muitos comentaram da morosidade de nosso Sistema Judiciario. Esta matéria divulgada ontem pelo site G1,vem reforçando o que todos já haviam concluído sozinhos. Há um 1 ano e 9 meses, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá , foram acusados do assassinato da menina Isabella Nardoni de apenas 5 anos, jogada da janela do apartamento onde o casal morava com um filho pequeno. Diante de tantas evidências, o casal está preso e aguardando julgamento desde 2008.

A Justiça é morosa e sua demora é, em si, causadora da injustiça; porém, a injustiça generalizada é a causa da morosidade judiciária.  Um dos absurdos da situação é que apesar das provas circuntânciais apontarem o casal como mentor do ato que levou a morte de Isabella Nardoni, o julgamento já foi adiado inúmeras vezes.  Alexandre e Ana Carolina, deveriam ter ido a júri popular mês passado, após ter saído o laudo comprovando como sendo deles o material genético encontrado na cena do crime. Porém mais uma vez  foi adiado, agora a previsão é de fevereiro de 2010, ou seja,  um mês antes da tragédia completar 2 anos . Os advogados de defesa do casal Nardoni pediu à Justiça novo exame de DNA, visto que o teste confirmou que material genético guardado pertence a casal. A alegação da defesa é que amostra coletada é de urina, não de sangue.


Como este, milhares são os casos de presos que cumprem grande parte da pena ,sem ter ido a julgamento, e não são casos isolados o fato de ter-se descoberto  a inocência do réu, depois de anos de reclusão penal. Fato é que nosso Sistema Judiciário a cada ano está mais falho e moroso, de acordo com o poder aquisitivo do réu, muitos advogados conseguem descobrir brechas que levaram já a muitos culpados serem inocentados ou terem suas penas reduzidas  com prisões domiciliares.


O ato em si ocorrido em março de 2008, com a menina Isabella, levou a revolta a toda sociedade , não apenas no Brasil ,com em outros países. O caso foi amplamente divulgado pela mídia, que o vem acompanhando desde o início, inclusive na reconstituição do crime. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, negou no último dia 02 de dezembro mais uma vez o pedido de habeas corpus a Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá.

Márcia Canêdo

By JORNALISMO ANTENADO with 13 comments