Nos Estados Unidos, a população lê, em média, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano, enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano
Um levantamento do Instituto Pró-Livro confirma que o brasileiro lê pouco. São 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, leem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7 – ainda assim baixo. Os dados estão na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios de todos os estados em 2007.
“O livro é pouco presente no imaginário do brasileiro”, explica o diretor do Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a população lê, em média, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano, enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano. Os dados, de 2005, são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que integram o Instituto Pró-Livro.
Detalhes dos hábitos do brasileiro relacionados ao livro, revelados na pesquisa, atestam esta afirmação. O levantamento considera como não leitores aqueles que declararam não ter lido nenhum livro nos últimos três meses, ainda que tenha lido ocasionalmente ou em outros meses do ano.
Entre os leitores, 41% disseram que gostam muito de ler no tempo livre, enquanto 13% admitiram que não gostam. Também entre os 95 milhões de leitores brasileiros, 75% disseram que sentem prazer ao ler um livro, mas 22% sustentaram que leem apenas por obrigação.
Com as estatísticas nas mãos, Fabiano dos Santos diz que há dois caminhos a percorrer para fazer do Brasil um país de leitores: ampliar o acesso ao livro e investir na formação de leitores.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil sugere que a maior influência para a formação do hábito da leitura vem dos pais, o que explica o fato de que 63% dos não leitores informaram nunca terem visto os pais lendo.
Por outro lado, o levantamento sugere que o hábito de ler é consolidado na escola e quanto maior o nível de escolaridade, maior o tempo dedicado à leitura. Entre os entrevistados com ensino superior, há apenas 2% de não leitores e 20% disseram que dedicam entre quatro e dez horas por semana aos livros. Este índice cai para 12% entre estudantes do ensino médio.
“É em casa e na escola, que os leitores são formados. Depois dos pais, os professores são os maiores incentivadores, mas poucos têm a experiência da leitura. E, neste caso, fazer do aluno um leitor é uma mágica”, diz o diretor do Livro do Ministério da Cultura.
O professor de Literatura Dilvanio Albuquerque considera que o desinteresse do brasileiro pelos livros não pode ser atribuído apenas à família e à escola. “O problema é mais amplo. Não podemos falar que a culpa é da instituição, seja ela familiar ou escolar, porque, na verdade, o problema é cultural”.
Para o professor, até entre os universitários, o hábito da leitura não é comum, inclusive nos cursos em que o contato com a escrita é fundamental. “Normalmente a universidade não oferece um bom acervo. Moramos em um país em que os livros são caros e de difícil acesso”, disse.
Fonte: Agência Brasil
Os livros não transformam o mundo
Os livros transformam as pessoas
As pessoas transformam o mundo.
[Mário Quintana]
Mario Quintana sabia do que estava falando quando escreveu esses versos. Particularmente fico triste quando leio sobre pesquisas que revelam como o brasileiro dá pouco valor a leitura. Muito antes de sequer pensar em querer ser jornalista, já tinha uma intimidade com as palavras e com os livros. Se poucas vezes viajei até hoje, através dos livros tive oportunidade de conhecer muitos países, culturas, costumes muitas vezes estranhos e impensáveis a uma ocidental . E sempre foi assim... seja com 10 anos ou hoje já formada e aos 33 anos , a história se repete , quando estou com um livro em minahs mãos é com se estivesse em um mundo a parte. Esse é uma das grandes vantagens do gosto pela leitura , poder viajar sem sair de casa . Tive quem me incentivasse a leitura e no meu caso não foram meus pais, mais sim minha irmã mais velha e agradeço a ela ter me apresentado esse mundo novo. E esse ensinamento passei pra frente, consegui plantar essa semente do bem no coração e na vida de muitas pessoas e acredito ter feito um bem pra elas. Não gosto do termo hábito de ler ... pra mim essa palavra se aplica a escovar os dentes, andar descalço.. leitura pra mim é gosto, é prazer... não algo mecânico ou involuntário.
Plantem também essa semente ,presenteie aquelas pessoas que você gosta com um livro, ajudem a diminuir essas estatìsticas que nos encontramos agora. Contribuam para formar pessoas com maior senso critíco, vocabulário estenso, mentes vivas e construtivas não apenas de um Brasil melhor, mais de um mundo diferente.
Márcia Canêdo
14 comentários:
Márcia,
Essa é uma triste realidade não só no Brasil, como em muitos lugares no mundo. Em Portugal, não estamos muito melhor: cada português lê uma média de 5 livros por ano o que é pouco (atendendo a que a taxa de analfabetismo é baixa). Isto no que respeita à leitura não obrigatória. Mas em minha opinião, para além do desconhecimento, e, em algumas famílias do alienamento em relação aos livros, existe um factor muito importante a considerar. O económico.
Não conheço a realidade brasileira, neste âmbito, mas em Portugal os livros são deveras caros. Só para teres uma ideia: o salário mínimo ronda os 500€, um romance do Dan Brown (comprei um há uma semana, para dar de presente) custou-me 22,50€. Isto é um peso de quase 5% num orçamento de 500€. É incomportável.
As três pequenas frases de Mário Qintana, dizem muito, quase tudo. Mas como motivar as pessoas a ler quando elas têm prioridades mais urgentes (alimentar-se, pagar contas e rendas, criar os filhos)? É uma pescadinha de rabo na boca! Se calhar era bom que os governantes se empenhassem em criar condições para as populações terem uma vida, que lhes permitisse chegar ao final do mês e comprar um livro.
Adorei o artigo. Parabéns!
Beijos
Luísa
Vc anda escrevendo bem hem!! Parabéns!! Vejo q vc, até pela gradução, está no estrato de leitores que entrariam nas estatísticas americanas!!
Ótimo artigo e muito bem escrito!! Mais uma vez, parabéns garota!!
Bjs!!
Que tristeza saber disso!! Nosso país está atrás há anos luz dos EUA.Mas um dia a gente chega lá!!!Estou linkando seu lindo Blog.Ele é excelente!!Beijos
Saudações!
Amiga Márcia Canêdo,
Excelente Post!
Realmente, são números extremamente preocupantes, só nos resta torcer para surgir um gênio a frente do governo que crie um mega projeto para despertar no brasileiro o gosto pela leitura.
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem”
Mário Quintana.
Dias melhores virão...
Parabéns pelo post!
Abraços,
LISON.
Olá Márcia,
Muito interessante esta reportagem e também muito triste, isto infelizmente explica o porque de tantos politicos corruptos no poder deste pais e se nós brasileiros não fizermos nada para isso mudar, não serão os corruptos que farão, afinal esta situação interessa muito a eles.
Gostei muito desta reportagem, parabens.
Beijos!
Olá Márcia,
É realmente uma pena que os brasileiros leiam tão pouco. Eu mesmo adoro ler, só não o faço mais por falta de tempo.
Mas, se estou na net, estou sempre à procura de uma boa leitura, seja em blogs, seja em sites.
Ótimo artigo!
Oi, Márcia!
Acredito que o maior entrave seja cultural mesmo... Concordo que os livros são caros (alguns, caríssimos!), mas hoje em dia qualquer cidade tem sebos. Encontra-se livros em ótimo estado muitas vezes pela metade do preço ou até menos!
Gostei muito do artigo,
beijocas
Marcia o Brasileiro não tem o hábito de lêr... no passado talvez sim... eu fiquei envergonhado com os dados da pesquisa....
Mas acredito que esse quadro pode ser mudado e vai ser mudado. o Brasil por exemplo hoje se encontra entre os dez paises que tem mais usuários de internt, e sempre navengando a gente encontra textos ou matérias que e enquadra com cada perfil, por mais variado que seja... bom como eu encontrei essa triste matéria mas verdadeira... Marcia parabéns ... tu a cada dia me surpreende com sua matérias e textos...boa semana e muito obrigado pelo carinho de sempre...!!!!
E quanto mais jovem menos livro lê... eu costumo perguntar a garotada a respeito... descobri que eles tem é preguiça mesmo!
Felizmente, a minha filha gosta, mas eu sou um exemplo... espero!
No País do "pobrema" isso não é uma novidade.
A Ivete Zangalo numa entrevista, numa entrevista à Rede Globo no Forte de S. Marcelo, aqui em Salvador, disse com um visível orgulho que não gostava de ler. Talvez por estas declarações tão "inteligentes" como essa ela se identifique no o povo.
Vou escrever algo fora do contexto deste artigo, mas só encontrei esta forma para o conseguir fazer.
Sobre esta sua frase no Orkut:
"Se o mundo te dá uma rasteira, levante, sacuda a poeira do corpo e dê a volta por cima!! "
Não resisti, e tomo a liberdade de acrescentar que, se não conseguir levantar sozinha, não se inibe de pedir a mão a alguém. E ainda ficou com a grande chance de ter dado de frente com uma pessoa de bons valores.
Se voce for a fundo nas pesquisas. Vai ser revelado que esse numero de leitores diminui em consequencia da internete. E como dizem que sou polêmico e aversao ao Orkut.
Se os brasileiros estao lendo 1 livro por ano, é porque eles estao ocupados lendo a vida alheia no Orkut.
legal o artigo.
parabens!
bjs
É muito triste essa notícia.
O desinteresse é muito grande, mas não podemos esquecer que isso é um problema cultural.
Muitos lêem por obrigação, como podemos ver no próprio relato do Pimbolim, logo acima.
Quem sabe um dia essa estatística mude.. não é mesmo?
Enquanto isso continuaremos com um povo passivo.
bjs
Joicinha
Literatura não é o nosso forte...
Alias, ler livros não é o forte do brasileiro..
Eu leio em média uns 3 livros por ano e acho pouco.
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